29 outubro, 2007

Simplesmente, Oscar...

Oscar Niemayer mantém seu jeito de pensar intacto. Isso o faz uma personalidade de peso e respeito, a constatar pela sua lucidez em via de se completar 100 anos de idade. Concordo veementemente com que ele explicita com relação a Chavez e Fidel. Não vanglorio esses últimos líderes, porém admiro a coragem de se investir, mesmo que de forma ambígua, no social e andar na contra-mão dos outros países “capitalista-subservientes” da região. É muito fácil se aliar a Grande República Estadunidense, em detrimento do seu próprio povo, para gozar de instabilidade ilusória e provisória. O difícil é tentar, pelo menos, equacionar o abismo dos dominados com o pico dos dominadores.

Hoje, muitos acreditam que a esquerda latino-americana é retrógrada, porém esquecem que a luta de classes é eterna e fluirá paulatinamente para a revolução socialista...ôôô palavras tão anacrônicas! Não, apenas o percurso da ordem natural das coisas. É isso mesmo, a América Latina é um laboratório a céu aberto diferente dos outros países onde houvera o mesmo processo. Leon Trotsky dizia que a Região latino-americana era a mais propícia para ocorrer a disseminação da Revolução ainda na primeira metade do século XX e isso não aconteceu porque o mesmo, esquecera de levar em consideração o poder das elites aristocratas e capitalista na mentalidade do povo da região. Podemos dizer que esse poder durou até agora.

Nos últimos anos é cada vez mais corrente o uso da velha expressão: “Revolução Socialista”, lógico que de forma diferente, pois a História não se repete, porém com os mesmos propósitos da luta contra a dominação dos dominantes perante aos dominados.

20 outubro, 2007

Energia Nuclear: Direito de todos?

Assim disse o Reverendo,

A fissão e posteriormente a fusão nuclear, foi uma das maiores descobertas do século XX. Não que já não fosse imaginada antes, mas caía em terreno da ficção científica.

Quando da descoberta dessa possibilidade, os patamares visuais da raça humana se ampliaram e o homem pode enfim almejar objetivos que outrora eram inconcebíveis, tais como, energia limpa, fonte ilimitada de combustível e aplicações em diversas áreas assim como o entender de uma nova perspectiva, a do átomo, agora como não mais indivisível.

Porém, como todo o resultado de uma grande pesquisa científica, esse novo saber foi usado inicialmente para a guerra. Desde antes do conflito conhecido como 2ª Grande Guerra, os alemães e outros físicos de outras nacionalidades, mas estes como principais expoentes, já pensavam em cima dessas questões e orquestravam equações que pudessem ser expressas em termos concretos. Durante o desenrolar do conflito, os assim chamados Aliados empreenderam sua própria busca que culminou com o Projeto Manhattan e a fabricação das primeiras Bombas Atômicas que se tenha ouvido falar.

Visto o poder destrutivo do átomo, o mundo pode avaliar que uma guerra ou outro conflito qualquer, seria um total desastre para a espécie e com isso o controle sobre tais artefatos tornou-se ferrenho e obstinado. Só que a Caixa de Pandora já havia sido aberta e a nova realidade, uma realidade atômica, não podia ser mais ignorada. Suas implicações em outras áreas, não bélicas, eram impossíveis de serem esquecidas.

Assim, buscou-se mostrar que, suas possibilidades pacíficas seriam um bem que a humanidade toda poderia gozar. Usinas nucleares, a despeito dos subprodutos da fissão, seria a forma mais limpa e potente de gerar sustento energético para um mundo em constante crescimento. Quando das pesquisas que cada vez mais apontavam para um esgotamento de nossos modelos energéticos e por fim de nosso próprio planeta, a energia nuclear tornou-se atraente para substituir, ou pelo menos aliviar, nossa matriz de energia.

Então, vocês pode me perguntar, porque tantos países ainda não buscaram uma forma de desenvolvê-la? Porque ainda tentam manter os formatos antiquados e anacrônicos?

Eu vou tentar convencer vocês de que na verdade, há um grupo de países e minimizando ainda mais, de empresas e corporações, que não desejam o acesso liberado a esse tipo de tecnologia, sejam por questões financeiras ou por mera paranóia.

Em primeiro, vem o fato das empresas do ramo do petróleo. Esse eterno ouro negro que é, atualmente, a base de qualquer sociedade humana. Ele de fato esta onipresente em nosso dia a dia. Assim, nada que façamos, o fazemos sem ele. Com a força nuclear, ele seria rebaixado para segundo plano, isso em perspectivas hiperbólicas, pois poderia até deixar de ser importante em muitos ramos vitais de muitas economias. Imagine os que detém o controle desse produto e como ficariam?

A paranóia vem de quem tem bombas nucleares. Dos países que tem essas armas, somente os EUA a lançaram contra outro país. O resto, somente fez testes em áreas remotas do globo. Porém, como já dito, o poder de destruição dessa arma, inviabiliza seu uso à rendevouz. Eles apenas guardam esse tipo de bomba para fins de dissuasão, já que há outros que a tem também. Mas a energia nuclear como energia mesmo, nada tem de opressor quanto a outro país, então porque desse medo quanto a outros desenvolverem?. Pelo simples fato de que o caminho para se fazer uma usina nuclear e cerca de 80% igual ao que leva a uma bomba desse mesmo tipo.

Hoje, vemos que os EUA e o Irã travam uma disputa pelo direito ou não de um país ter acesso a essa tecnologia. O Irã diz que quer apenas usinas. Os EUA dizem que ele disfarça sua intenção de ter acesso a tecnologia para quando quiser fabricar armas.

Isso é um impasse!!!!!

Tudo é possível nesse caso, mas o Irã jura que não quer armas. Ele pode estar mentindo, mas também pode não estar!! Para tanto, já foram feitos vários tratados justamente para evitar que se chegasse a esse tipo de impasse. E o Irã assinou todos.

Estou defendendo o Irã?

Não necessariamente, mas estou querendo mostrar que todos têm esse direito de acesso a essa tecnologia. Se os tratados devem ser honrados, e todos concordam com isso, para que temer. Se forem para serem quebrados, então todos os países envolvidos podem fazer o mesmo! E assim, as assinaturas não valem ou nunca valeram de nada!!

O que fazer?

Sentar, esperar e confiar no poder da diplomacia nesse caso. Dar o direito da dúvida a alguém (país ou não). Durante duas guerras arrasadoras, a Alemanha esteve em posição ofensiva em relação ao mundo, e ela não teve a chance de mostrar que podia mudar e não ser mais uma ameaça? Porque outros que antes ou até mesmo agora eram vistos como inimigos ou não confiáveis, não podem ter o mesmo direito da dúvida e espaço para a mudança?

È uma situação 50/50, ou seja, 50% de chance para ambos os lados, bom e ruim.

O que tinha mesmo que acontecer, não é barrar o acesso à energia atômica, mas sim obrigar o fim da produção e armazenamento de armas desse tipo, na posse de um pequeno grupo de países, e buscar mais as mesas de reuniões aos gatilhos das armas.


Que assim seja,

Reverendo...............Ohhhh....sim, eu estou de volta. Não sou um clone!!!